Biografia
António Augusto Carvalho Monteiro
Biografia
Monteiro dos Milhões (1848/1920) António Augusto Carvalho Monteiro nasceu no Rio de Janeiro em 1848, filho de portugueses, o Comendador Francisco Augusto Mendes Monteiro e a sua mulher Ana Thereza Carolina de Carvalho. Herdou de seu pai não só a fabulosa fortuna multiplicada no Brasil mas também a alcunha. Licenciado em Leis pela Universidade de Coimbra, em 1871, revelou-se indivíduo de vasta cultura nos mais diversos campos desde a literatura à ciência, não esquecendo a música, da qual relevou as obras de Wagner. No final de oitocentos, Carvalho Monteiro (denominado pelos populares de Sintra e pela imprensa da época Monteiro dos Milhões) contrata aquele que iria materializar o seu sonho de Mansão Filosofal, o italiano Luigi Manini (1848-1936). Arquitecto, pintor e cenógrafo, Manini comunga com Carvalho Monteiro de um mesmo ideal intelectual e artístico. Também a nível do esoterismo havia entre estes dois homens uma afinidade que explica ser a Regaleira um espaço abrangente de símbolos esotéricos, referentes à Alquimia, Maçonaria Templária e Tradição Mitológica Portuguesa. A fachada do exterior apresenta-se como um autêntico e imenso Livro de Pedra em linguagem hermética. Aí se destaca o monograma do então proprietário. (...) A maior parte das construções hoje existentes devem-se porém a António Augusto Carvalho Monteiro, proprietário a partir de 1892, homem de vasta cultura e riqueza. Os símbolos nacionalistas que encontramos na Regaleira, bem como o gosto revivalista no qual tão bem se inserem, resultam da conjugação do seu gosto e sensibilidade com o projecto do arquitecto e cenógrafo Luigi Manini (autor dos edifícios do palácio do Buçaco, do teatro de São Carlos em Lisboa, e do teatro La Scala em Milão, entre outros). As obras decorreram entre 1904 e 1910, tendo Carvalho Monteiro morrido em 1921. A propriedade passou então para os herdeiros, nomeadamente para a posse de Pedro Monteiro, tendo sido vendida em 1945; os projectos então existentes para a quinta passavam pela adaptação a hotel, nunca efectuada, até que a Câmara Municipal de Sintra a adquiriu, resultando daqui o seu restauro progressivo, e a sua abertura ao público. A quinta integra um magnífico jardim, constituído por árvores exóticas e vegetação abundante, que compõe um curioso percurso de características marcadamente cenográficas. Para este percurso, bem como para o imenso acervo iconográfico que compõe a profusa decoração de todo o palacete, anexos e jardins, pode apontar-se uma linha orientativa de cariz esotérico, conjugada com a simbólica nacionalista dos estilos arquitectónicos neo aqui utilizados. Assim se poderia entender o percurso dos jardins como viagem de teor iniciático, incluindo uma alameda ornada com estátuas de deuses clássicos, uma misteriosa gruta artificial abrigando um lago onde deveriam nadar brancos cisnes sob o olhar de uma mítica Leda, um terraço chamado das Quimeras, e ainda um bosque sombrio, cuja travessia apela a um silêncio introspectivo, proporcionando finalmente a visão da torre do palácio, com larga vista da serra. Particularmente impressionante, neste contexto, é o grande poço, conduzindo progressivamente o visitante até ao fundo, decorado com uma cruz templária e uma rosa-dos-ventos, através de uma descida espiralada; e ainda um túnel estreito, longo e escuro, que liga as profundezas da terra à visão de um terraço alteado e luminoso. A simbólica templária repete-se um pouco por toda a parte, na capela neo-manuelina e nas salas palacianas, que abrigam mobiliário feito por encomenda, tal como um imponente trono entalhado, sempre exibindo simbólica heráldica ou mitológica. A evocação da História de Portugal repete-se nos frisos com os reis portugueses, enquanto uma menção directa ao imaginário maçónico se poderá deduzir do tecto pintado da Sala das Virtudes, onde se encontram as personificações da Força, da Beleza e da Sabedoria. De facto, tem sido aventada a possibilidade de uma eventual filiação maçónica por parte de Carvalho Monteiro, de acordo com o espírito da época e com a inclinação intelectual de uma certa elite nacional. Aqui encontra localização privilegiada o espólio da colecção de artefactos maçónicos de Pisani Burnay, presentemente exposto no palácio da Regaleira. ?(informação recolhida no Ippar) +++++++++++++ Mais informações sobre António Augusto C. Monteiro e a quinta em http://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_da_Regaleira?http://www.flickr.com/photos/27164182@N00/134305823/ http://www.gaac.pt/actividades/visitas/sintraquinta.htm
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António Augusto Carvalho Monteiro