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Luiz José Junqueira Freire
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) LUIZ JOSÉ JUNQUEIRA FREIRE Um dos mais notáveis poetas brasileiros deste século nasceu na Baía a 31 de Dezembro de 1832. Teve aos sete anos uma doença do coração que pôs em perigo a sua existência, e de que sempre conservou vestígios no aspecto doentio. Aos catorze anos matriculou-se no liceu. Foi uma vítima do romantismo. Tinha dezassete anos quando sentiu uma paixão infeliz por uma mulher, e criança como era, entendeu que devia professar no convento das Carmelitas em 1851, não contando ainda dezanove anos; o claustro porém repugnou-lhe. A sua juvenil organização reagiu contra o voto perpétuo. Pediu para ser dispensado de continuar na vida monástica, e obteve de Roma sentença de secularização em 1854, mas no convento reaparecera-lhe a sua antiga doença de coração agravada ainda pelos sentimentos exagerados que abrigara no peito e que reagiam de um modo deplorável sobre o seu físico. Morreu a 24 de Junho de 1855, não tendo completado ainda vinte e três anos. Deixou dois volumes: as INSPIRAÇÕES DO CLAUSTRO e as CONTRADIÇÕES POÉTICAS. Revela um talento desvairado e impetuoso, cheio de originalidade na forma habitualmente incorrecta, mas de um colorido encantador. Publicou também na REVISTA MINEIRA o Hymno do caboclo, dando-o como um inédito de um poeta do séc. XVII, Gregório de Mattos. Junqueira Freire deixou além disso, manuscritos dois poemas Padre Rosas e Deltinhas, um drama, Fr. Ambrósio e um Tratado de Eloquência Nacional. Morrendo na flor dos anos, não pode revelar senão uma parte incompleta do seu magnífico talento. Mas tinha-o na verdade, e imenso, e um estro cheio de fogo, e uma inspiração apaixonada. (Pinheiro Chagas, 1909)