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Manuel Dias
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Célebre pintor, nasceu em meados do séc. XVIII na vila de Macrin; indo buscar fortuna ao Rio de Janeiro aprendeu o ofício de ourives, mas o que ele desejava sobretudo era aprender pintura. Um negociante a quem agradaram os seus trabalhos de ourivesaria levou-o consigo para a cidade do Porto, mas, morrendo pouco tempo depois, teve de deixar abandonado o seu protegido, que se deu por muito feliz em poder entrar como criado ao serviço de outro comerciante que estivera no Brasil, e que o levou para Lisboa. Ali, reconhecendo-se a sua habilidade, fizeram-no entrar na Casa Pia, e matricularam-no na Academia do Castelo. O seu talento maravilhou os seus mestres, e foi para Roma como pensionista do Estado. Ali se desenvolveu muitíssimo, tendo por mestre o célebre Pompeu Bettoni. Foi obrigado porém a interromper os seus estudos, porque a invasão de Portugal pelas tropas francesas fez com que deixasse de lhe ser paga a sua pensão. Retirou-se para Génova, onde passou miséria. Conseguindo enfim tornar a Portugal, foi nomeado professor de desenho no Rio de Janeiro. Para o Brasil partiu, estabeleceu escola que deu alguns discípulos notáveis e pintou alguns quadros excelentes, entre os quais sobressaía uma Cabeça de S. Paulo magnífica em marfim. Contudo os seus contemporâneos não o tiveram em tanto apreço como ele merecia, e Manuel Dias o Romano, como lhe chamavam por ter estudado em Roma, faleceu desgostoso depois de 1831 na cidade de Campos para onde se retirara. (Pinheiro Chagas, 1909)