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Martim Francisco Ribeiro DAndrada
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Irmão de José Bonifácio, foi como ele e como seu terceiro irmão, um dos grandes vultos da independência brasileira. Nasceu em Santos, em 1775, formou-se em Coimbra na faculdade de matemática; regressando ao Brasil mais cedo do que José Bonifácio, em S. Paulo passou 20 anos tranquilos da sua vida, ocupando-se dos seus negócios domésticos e de explorações científicas até que em 1821 rebentou o grito da independência, e Martim Francisco, nomeado membro da junta revolucionária não tardou contudo a ser preso e enviado para o Rio de Janeiro, onde foi logo solto e chamado com seu irmão ao ministério de 4 de Julho de 1822 e caiu com a reputação dum hábil politico e económico financeiro. Nos bancos da oposição mostrou-se orador veemente, e quando D. Pedro I dissolveu a constituinte de 12 de Novembro, Martim Francisco DAndrada foi preso e desterrado para a Europa com seus irmãos. Assim que se abriu devassa contra eles, Martim Francisco e seu irmão António Carlos vieram constituir-se presos e defender-se. Absolvido pela relação em 1828, Martim Francisco foi logo eleito deputado por Minas Gerais, a na Câmara esteve na oposição até que D. Pedro abdicou. Então defendeu na Câmara seu irmão José Bonifácio, tutor de D. Pedro II e, prosseguindo na luta política, ora na oposição ora no lado do governo, mas sempre nas fileiras do partido avançado, em 1840 fez-se chefe do partido que instava por que fosse declarada a maioridade do jovem imperador. Esse partido triunfou, e em 24 de Julho de 1840. Martim Francisco entrou de novo no ministério, voltando a ocupar a pasta da fazenda. Caiu o governo em Março de 1841, e apesar de ter já então 75 anos, Martim Francisco fez uma oposição vigorosa aos seus sucessores, até que faleceu em 23 de Fevereiro de 1844. Alem de homem erudito e de hábil financeiro, foi Martim Francisco Ribeiro DAndrada um dos mais fogosos e eloquentes oradores do parlamento do Brasil. (Pinheiro Chagas, 1909)