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Barão do Serro Largo
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Um dos mais brilhantes generais brasileiros, nasceu José de Abreu no Porto-Novo, lugarejo situado entre o Rio Grande e Pelotas. Seguindo a carreira militar, alistou-se num batalhão de dragões, distinguindo-se nas várias campanhas do Rio da Prata no princípio do séc. XX, e em 1814 foi nomeado comandante dos esquadrões de cavalaria das milícias dEntre-Rios com o posto de tenente-coronel. Na campanha de Montevideu é que se distinguiu verdadeiramente, e adquiriu uma reputação lendária. O célebre Artigas e os seus lugar-tenentes foram frequentemente batidos por José de Abreu, que à frente dos seus esquadrões muitas vezes decidiu a vitória nas mais renhidas pelejas. A batalha que pôs termo à guerra, e que obrigou Artigas a fugir para o Paraguai, foi ganha pela intervenção feliz de José de Abreu, que, brigadeiro desde 1817, foi promovido a marechal de campo graduado em 1820, e encarregado de um comando importante, depois da pacificação da Banda Oriental. Mas a pretensão que o Brasil teve de anexar ao seu território a província cisplatina, fez com que a guerra continuasse3 com Buenos Aires, distinguindo-se nessa guerra sempre e muito José de Abreu, já então nomeado barão do Serro Largo. Contudo a guerra corria infeliz para o Brasil, e o governo do Império, em vez de aproveitar o prestígio, o valor e os talentos militares do Barão do Serro Largo, deu ouvidos a intrigas que fizeram com que o intrépido general se afastasse desgostoso do teatro da luta. Voltou à frente de um corpo de cavalaria voluntária, quando se ateou mais a guerra. Em 1827 foi morto na infeliz batalha do Passo do Rosário, onde caiu varado por balas brasileiras, por um equívoco deplorável que houve durante a batalha, como se a Providência quisesse mostrar que não podiam balas inimigas ferir mortalmente o herói, que fora durante tantos anos a gloria do Brasil e o terror dos argentinos. (Brasileiros Ilustres, Pinheiro Chagas, 1909)