Documento
Bernardino Luís Machado Guimarães
Documento
Nome completo Bernardino Luís Machado Guimarães Nasceu, na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, a 28 de Março de 1851. Morreu na cidade do Porto em 1944. Filho de António Luís Machado Guimarães (1.º barão de Joane), e de D. Praxedes de Sousa Guimarães em segundas núpcias. Vem para Portugal ainda criança. No Porto estudou, tendo-se matriculado em Outubro de 1866 na Universidade, cursando Matemática. Abandona Matemática e matricula-se no curso de Filosofia, concluindo a licenciatura em 14 de Janeiro de 1875 e doutorando-se no dia 2 de Julho de 1876. Foi lente catedrática de Filosofia na Universidade de Coimbra, ministro de estado, vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, deputado, sócio correspondente da Academia Real das Ciências, escritor, deputado, par do reino, presidente do directório republicano, etc. Filiou-se no partido regenerador. Em 1882, foi eleito deputado pelo círculo de Lamego, fazendo a sua estreia parlamentar em 1883, na discussão da resposta ao discurso da coroa, ocupando-se especialmente da instrução pública. Casou em Janeiro de 1882, no Porto, com D. Elzira Gonçalves Pereira, filha de Miguel Dantas Gonçalves Pereira, antigo deputado. Na legislatura de 1886 foi novamente deputado, sendo eleito por c Coimbra. Em 1890, o corpo catedrático da Universidade elegeu-o Par do Reino, como representante daquele estabelecimento científico, e em 1894 tornou a ser eleito, até 1896. Os principais assuntos de que tratou no parlamento foram a reforma da instrução secundária, liberdade do ensino, e organização do Conselho Superior de Instrução Pública, que veio a ser criado pelo decreto de 23 de Maio de 1884, a instituição dum ministério de Instrução Pública, que se criou mais tarde em Abril de 1890, tendo curta duração. Em 1892 foi nomeado vogal do Conselho Superior de Instrução Pública, tornando-se notável a sua actividade como propagandista do ensino, nomeadamente na Academia de Estudos Livres da universidade popular. A maçonaria portuguesa escolheu-o para grão-mestre, cargo que exerceu alguns anos. Foi director do Instituto Industrial e Comercial. Foi ministro das obras públicas, em 1893, no gabinete presidido de Hintze Ribeiro e a ele se deve o decreto que autorizou a organização da exposição industrial portuguesa, que nesse ano se realizou nos salões do Museu Industrial e Comercial, instalado no edifício dos Jerónimos, cuja exposição se inaugurou no dia 28 de Julho. Durante o seu ministério criaram-se algumas escolas industriais e promoveu o desenvolvimento da sericultura em Mirandela, Guarda e Coimbra, etc. Publicou três decretos em protecção ao operariado: regulando o trabalho das mulheres e dos menores nas fabricas industriais. Voltou depois à Universidade criou a cadeira de antropologia, sendo eleito presidente do Instituto de Coimbra, consagrou-se ao seu desenvolvimento, dando novo esplendor ao boletim dessa instituição, criando um museu. Em 1897 foi o presidente do congresso pedagógico organizado pelo professorado primário, em Lisboa no dia 12 de Abril desse ano. Os ideais democráticos conduzem-no a declarar-se republicano, tornando-se um dos membros mais influentes do seu novo partido, apresentando-se em comícios a em conferências de propaganda. Em 1901 tomou parte na greve dos estudantes de Coimbra, o que o levou a resignar o seu lugar de lente da Universidade. Em 1903 aderiu ao ideal republicano e com a proclamação do Regime Republicano, em 5 de Outubro de 1910, foi nomeado ministro interino da Justiça e do Interior e dos Negócios Estrangeiros até 1911. Em 1914 chefiou o Governo e em 6 de Agosto 1915 foi eleito Presidente da República. Exerceu o cargo até 8 de Dezembro de 1917. Volta a exercer o cargo de Presidente da República desde 11 de Dezembro de 1925 a 28 de Maio de 1926, sendo afastado pelo Golpe militar de Gomes da Costa, partindo para o exílio, de onde regressa em 1940.