Emigrante
João Simões Lopes
Biografia
Visconde da Graça    João Simões Lopes, Visconde da Graça, é natural da cidade de Pelotas, filho de pais portugueses e conta hoje 70 anos de idade. Cursou humanidades no seminário de S. José, na cidade do Rio de Janeiro, no intuito de ordenar-se, o que não levou a efeito. Dedicando-se mais tarde ao comércio e tendo herdado de seus pais grandes cabedais, desenvolveu toda a sua actividade, conseguindo tornar-se um dos mais opulentos capitalistas e proprietários de Pelotas. Em fins de Maio de 1871 assumiu na qualidade de 1. ° Vice-presidente a administração da provÃncia, e no desempenho dessa árdua e difÃcil missão procedeu com tal acerto, critério e inteligência, que jamais foi censurado, nem sequer levemente pelos seus adversários, facto verdadeiramente extraordinário! Pode dizer-se, que foi o único administrador daquela provÃncia, que subiu e desceu as escadas do palácio Presidencial admirado e respeitado pelos seus adversários e correligionários. Em época crÃtica para o partido conservador, 1873, quando a presidência ia encontrar-se sem um órgão que a defendesse, evitou essa dificuldade, comprando por 11 contos de reis a imprensa do jornal – Rio Grandense, propriedade do sempre chorado e ilustrado escritor Eudorio Beluk. Os relevantÃssimos serviços prestados à provÃncia, valeram-lhe o ser agraciado com o tÃtulo Barão da Graça. Mais tarde, em situação melindrosa para as finanças do paÃs, pôs à disposição do presidente a soma de 100 contos de reis, sem exigir nem receber dessa quantia juro algum. Esse importante serviço levado ao conhecimento do Governo, fez com que este o agraciasse com o tÃtulo de Visconde da Graça. Na assembleia provincial, como deputado, prestou grandes serviços à sua provÃncia natal, sendo a sua opinião e conselhos ouvidos e acatados sempre com a máxima atenção e deferência. Não há melhoramentos alguns na cidade de Pelotas, a que o visconde da Graça não tenha ligado o seu nome, concorrendo sempre prontamente com os seus capitães para a realização desses melhoramentos. Assim, se não fossem 100 contos de reis que tomou, além do mais que já tinha empregado na — Companhia Hidráulica Pelotense, esta empresa teria acabado, assim como a do Rio Grande de S. Pedro do Sul. Como homem polÃtico tem ocupado sempre uma posição importante, sendo até 1876 chefe do partido conservador daquele municÃpio. Quando em 1876 a Companhia inglesa teve que suspender a iluminação pública nas três cidades — Portalegre, Rio Grande e Pelotas, e que Carlos Pinto obteve contrato para esse fim, foi com os seus 700 contos, em libras esterlinas, que comprou o material, começando logo depois a funcionar os gasómetros. À sua custa mandou o engenheiro LicÃnio Chaves Barcelos proceder aos estudos para a desobstrução do arroio de Santa Bárbara, que banha a cidade de Pelotas pelo lado do sul. Esse melhoramento seria de relevantÃssima importância para Pelotas, porque lhe daria um porto vasto, naquela parte da cidade. Quando o governo tirou as atribuições de mesa alfandegada à mesa de rendas gerais daquela cidade foi o visconde da Graça escolhido por unanimidade em reunião popular, para ir à corte como seu representante, a fim de perante os poderes públicos fazer valer os direitos incontestáveis de Pelotas. O visconde da Graça foi quem teve a iniciativa, auxiliado pela imprensa, da fundação da biblioteca de Pelotas, emprestando uma casa sua para nela se instalar aquele utilÃssimo estabelecimento de instrução, que hoje já tem casa própria. O visconde da Graça fala com o maior encarecimento e agrado do nosso paÃs, manifestando-nos vivo desejo de vir a Portugal, falando-nos entre outras coisas em visitar a igreja da Graça de Lisboa, a cumprir um dever sagrado de recordações de seus pais. O visconde da Graça possui uma biblioteca importantÃssima que fomos convidados a visitar, onde se encontram as principais obras dos escritores portugueses, de quem ele fala sempre com muito entusiasmo. É coronel reformado da guarda nacional, e outrora foi comandante superior do municÃpio de Pelotas. No tempo da revolução da provÃncia (1835-1846) militou nas fileiras republicanas. Aqui ficam rapidamente expostos os principais traços dessa existência prestimosa, dessa personalidade ilustre, que na estima e respeito de todos tem já assinalado o galardão das suas distintÃssimas qualidades! Almeida Pinto in Galeria Photographica-Biographica Luzo-Brazileira Lisboa, 1884. Â
Imagem
  
Género
Não há informação disponÃvel
Tipo de Nascimento
Não há informação disponÃvel
Concelho
Não há informação disponÃvel
Pai
Não há informação disponÃvel
Mãe
Não há informação disponÃvel
Filho(s)
Não há informação disponÃvel
Eventos de Vida
Não há informação disponÃvel
Criador da imagem
Não há informação disponÃvel
Fez parto de
Não há informação disponÃvel
Casado(a) com
Não há informação disponÃvel
Passaporte
Não há informação disponÃvel
Eventos de Emigração
Não há informação disponÃvel