Jornalista distinto, natural do Brasil, veio para Lisboa em 1821, lançou-se com grande vigor na política revolucionária, e foi empregado na secretaria de guerra.
Em 1822 redigiu um periódico intitulado o Brasileiro em Portugal a que puseram termo os acontecimentos produzidos pela contra-revolução de 1823.
Mas em 1826, tendo-se estabelecido o regime da Carta Constitucional, Lima e Abreu voltou de novo à liça, arrojou-se com ardor ao campo da polémica, e publicou um jornal que alcançou bastante voga, o Fiscal dos Abusos.
Na luta quotidiana tinha Lima e Abreu por implacável adversário José Agostinho de Macedo. Contra ele escreveu o jornalista liberal dois opúsculos que se publicaram em 1827, e que se intitularam Resposta à Carta que há poucos dias se publicou contra os redactores do Português, e Resposta à Segunda Carta do padre José Agostinho de Macedo contra o redactor do Português e mais liberais a quem o mesmo combate.
Em Julho de 1827, por ocasião dos tumultos que houve em Lisboa, Lima e Abreu achou-se envolto no movimento popular, e designado portanto do governo de D. Miguel, que não tardou a estabelecer-se em Portugal.
Por isso um dos primeiros actos do regime absolutista foi ordenar a prisão de Lima e Abreu, que a 22 de Julho de 1828 foi encarcerado na torre de S. Julião da Barra.
Condenado a 10 anos de degredo para as Pedras Negras, partiu para o seu destino no dia 16 de Novembro de 1828, e no exílio faleceu.
Era um desses lutadores que pugnaram com a pena a prol da causa da liberdade e que expiaram com o martírio as vitórias dos que, mais felizes, tinham conseguido traçar a pena pela espada.
(Pinheiro Chagas, 1909)