Pessoa
Manuel Pontes Câmara
Biografia
Factos mais notáveis de vida de Manuel Pontes Câmara (grafia adaptada ao Português actual) Nasci na freguesia das achadas da Cruz, na ilha da Madeira nos dias 16 do mês de Janeiro de 1815 e fui baptizado aos 19 do mesmo mês e ano na freguesia da Nossa Senhora da Conceição do Porto Moniz. Meus pais chamavam-se Francisco de Pontes Câmara e Maria Narcisa Pontes Câmara. Em 1821 entrei de pensionista em um colégio tendo então 6 (seis) anos de idade. No ano de 1822 faleceu meu pai, fiquei pois órfão com 7 anos. Minha mãe passou a segundas núpcias no ano de 1823 em cujo ano mudei de colégio por ordem de meu Padrasto. Quando tinha apenas 11 anos de idade (isto foi em 1826) deixei os estudos, para entrar no comércio, resolução, que tomei por mim mesmo, mais com a necessária permissão de minha mãe e Padrasto que sempre se interessou pelos estudos. Desejo de fazer fortuna por mim mesmo tomei a resolução de embarcar para o Rio, o que tornei efectivo no dia 4 de Outubro de 1824, chegando a esta cidade a 4 de Dezembro do mesmo. No mês de Janeiro de 1830 entrei para caixeiro de uma casa de vender roupas feitas deixando este emprego um mês depois, para aceitar outro em uma loja de fazendas, negócio que eu já conhecia pela prática que já tinha no meu país. Em 7 de Abril de 1831 rebentou nesta cidade a revolução que expulsou o Imperador D. Pedro I. Este sucesso sugeriu-me a ideia de tomar uma nova resolução e por isso, embarquei em Maio do mesmo ano para África e percorrendo os portos de Benguela, Novo Redondo, Luanda, regressei a esta em Fevereiro de 1832. Com algumas pequenas economias que tinha podido reunir ganhei alguns centos de contos de reis nos negócios que fiz na ida e volta. Precisando fazer produzir estes fracos cobres, tomei logo o expediente de ir comprar alguns cereais nos subúrbios da cidade para vir vende-los na Corte. Neste pequeno comércio obtive regular interesse, mas como não era negócio estável, estabeleci no mesmo ano de 1832 um negócio de louça que produzia regular resultado, mas que pouco me aproveitou, porque os imigrados Portugueses que aqui se achavam e que na máxima parte não queriam trabalhar, comiam sob o pretexto de benefício patriótico não só o pouco que eu ganhava, mas até o pequeno capital de que dispunha. Convidando para meu sócio Vicente Estacio que entrou com algum capital em 1833 fizemos uma sociedade e não ocupando mais dos imigrantes principiei a tirar resultados do meu trabalho. Em 1835 fui à Ilha Grande visitar o Padre António Ferreira Vicozo depois Bispo de Mariana na volta para o Rio de Janeiro eu e mais 4 companheiros fizemos uma jornada de 4 léguas a pé em um dia. Foi uma leviandade que a todos poderia ter inutilizado. As relações com o Santo Padre Ferreira Vicozo serviram-lhe de muito no correr dos anos. Para negócio de que tirei algum resultado fiz uma viagem a Porto Alegre em fins de 1835 regressando a esta corte em Abril de 1836. No dia de são João deste mesmo ano, escrevi eu a uma respeitável moça com quem nutria algumas ideias de casamento, participando-lhe que com atenção a minha posição e estado não estava resolvido a tomar estado. Por uma coincidência que se não pode explicar, nasceu nesta mesma noite aquela que mais tarde veio a ser minha mulher. No ano de 1845 faleceu minha cara mãe que tinha visto pela última vez em Dezembro de 1829. Na qualidade de administrador de uma massa falida, tive de ir em 1850 a Santa Catarina voltando dois meses depois com bom resultado da minha missão. Em 24 de Dezembro de 1851 casei-me com Guilhermina de Mattos Vieira Câmara. Em 10 de Abril de 1856 embarquei para a Europa com minha mulher e uma filha e regressei a esta em 2 de Junho de 1860. De volta da Europa achei minha casa envolvida de tal forma que não só supus a minha fortuna perdida, mas em risco de não pagar por inteiro aos credores, mas podendo conseguir separar a sociedade, mediante a responsabilidade de mil e alguns contos, consegui pagar por inteiro e apesar de perder na liquidação cerca de quatrocentos ainda, me ficou alguma fortuna que manejada com critério e muita fortuna colocou ainda em posição desassombrada pelo que resta dar graças a Deus. Em 24 de Agosto de 1874 faleceu minha mulher, tendo de idade 38 anos. Em 2 de Abril de 1875 segui para Southmpton, levando em minha companhia as minhas filhas Edeltrusdes, Ernestina e Maricota, para entrarem em um colégio em Londres onde ficaram 28 meses voltando a esta cidade do Rio de Janeiro a 15 de Outubro de 1877. A 16 de Janeiro de 1872 casou-se a minha filha Edeltrudes com António Rodrigues da Silva Júnior.
Género
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Tipo de Nascimento
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Concelho
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Pai
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Mãe
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Filho(s)
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Eventos de Vida
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Criador da imagem
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Fez parto de
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Casado(a) com
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