Pessoa
António Ferreira Lopes
Biografia
António Lopes: o grande benemérito da Póvoa de Lanhoso António Ferreira Lopes nasceu a 14 de Abril de 1845 no Lugar de Oliveira (outros dizem Varzea), freguesia de Fontarcada, concelho da Póvoa de Lanhoso. Em 1857, parte para o Brasil muito por causa da morte de sua mãe. Em terras brasileiras, António Lopes emprega-se numa casa de cereais. «As suas qualidades de trabalho e honestidade são tão apreciáveis que, três anos depois, entra para sócio [da firma Câmara Gomes] e contrai casamento com a Ex.ma Sr.ª D. Elvira Câmara», filha do patrão, referia no jornal Maria da Fonte na sua edição de 29 de Janeiro de 1928. Outras fontes dizem-no sócio da firma «Cafés Câmara - Torrefacção e Comércio), sucedendo ao sogro, com o cunhado, na gerência daquela próspera firma. Em 1888, António Lopes voltou à Póvoa de Lanhoso e nessa altura comprou o prédio conhecido por Casas Novas, mandando reconstrui-lo «com todos os preceitos da arte e elegância», dividindo o seu tempo entre Vichi e Póvoa de Lanhoso. Para dirigir as obras solicitou os serviços de um «reputado arquitecto de Braga, o engenheiro Moura Coutinho. Este constrói a capela à qual encosta um único corpo de edifício, o da direita. Quanto ao da esquerda, a norte, perfeitamente simétrico, esse será edificado alguns anos mais tarde por um mestre-de-obras local. É então destinado a ser habitado por uma sobrinha recém-casada a quem António Lopes dedicava grande afeição. A Norte, abre-se um grande portão para os jardins e para as traseiras da casa.» (...) «A disposição da Capela com as suas duas torres e, de ambos os Lados, os seus edifícios simétricos, evoca os conventos barrocos e rococó da Alemanha do Sul e da Áustria. E no entanto trata-se de uma casa de Brasileiros, construido na última década do séulo XIX.» (...) Anne de stoop A partir desta altura, António Lopes começa a adquirir os prédios que formavam o antigo Largo da Fonte, hoje Largo António Lopes. «Ali edificou o teatro, ali se organizou a corporação dos Bombeiros Voluntários, cujo material e fardas foram adquiridas unicamente a expensas suas; ali criou um formoso jardim, com um esplêndido coreto, e mais além essa obra inigualável de caridade O Hospital», como escrevia o jornal Maria da Fonte. ?Paulo Freitas refere que para compreender a personalidade e alma de António Lopes basta ver o seu testamento. No documento, «é possível aferir não apenas a indelével marca que deixa na Póvoa de Lanhoso e nas suas instituições (presentes e futuras), como as sensibilidades da sua personalidade como homem, como Amigo e sobretudo como Povoense». Ao falar da Póvoa de Lanhoso, há uma figura incontornável que emerge sobre todas as outras. António Ferreira Lopes, o grande benemérito das instituições de maior relevância no concelho, designadamente do Hospital que tem o seu nome, dos Bombeiros Voluntários locais, do Theatro Club, entre muitas outras. Este filho da terra que viveu O Sonho Brasileiro deixou marcas profundas no seu concelho e foi um homem atento aos problemas sociais da sua época. Fundou o hospital, que tem o seu nome, organizou a corporação de Bombeiros Voluntários e edificou o Theatro Club. ??Além de incentivar a criação da Santa Casa da Misericórdia para administrar o hospital, no seu testamento António Lopes procurou garantir a continuidade e o funcionamento das estruturas criadas e deixou legados nomeadamente para a edificação de um novo tribunal e Paços do Concelho, de uma nova escola e atribuição de bolsas de estudo, para a Banda Musical, para a construção da estrada do Pilar e outros donativos para instituições de solidariedade. «A acção de António Ferreira Lopes, pode-se afirmar, alterou profundamente a Póvoa de Lanhoso no seu tempo, com evidentes e naturais reflexos que se prolongam até aos nossos dias», escreveu Paulo Freitas, irmão da Santa Casa da Misericórdia no número sete da revista Santa Causa Povoense, editada em Setembro de 2000. O director da Casa da Botica refere mesmo que António Lopes, «mais do que marcar o seu tempo, preparou a imortalidade na sua terra natal». Reconhecido pela obra feita António Lopes foi homenageado diversas vezes ainda em vida. «Em face de tão marcante personalidade, sobretudo pelo seu altruísmo, a Póvoa de Lanhoso não podia deixar de lhe expressar de viva voz tão meritória acção», nota Paulo Freitas.??A primeira homenagem aconteceu em 1913 pela Comissão Municipal que era presidida por Alberto Carlos Vieira Alves. ??Paulo Freitas explica que esta homenagem aconteceu numa altura em que o hospital ainda estava em construção. Por isso, depois de edificado e em pleno funcionamento, a Póvoa de Lanhoso prestou-lhe nova homenagem tendo sido mesmo criada uma comissão que lhe iria erigir um monumento na praça com o seu nome. Mas a inauguração do dito monumento gerou alguma controvérsia, tendo este ficado escondido durante mais de um ano e com a inauguração a ser adiada por diversas vezes.??A última homenagem em vida a António Lopes foi prestada no dia 5 de Setembro de 1927 pela Comissão Municipal Administrativa numa sessão extraordinária.??António Lopes morreu um ano depois aos 83 anos de idade. Depois da sua morte, o benemérito da Póvoa de Lanhoso continuou a ser homenageado. Em 1935, a Santa Casa da Misericórdia colocou um busto de António Lopes na frontaria do seu hospital.??«António Ferreira Lopes deverá pois ser considerado como o Homem que mais contribuiu (em vida e após a sua morte) para o crescimento, desenvolvimento e afirmação da nossa Póvoa, cuja acção e benemerência se revelam fundamentais e decisivas, com evidentes reflexos a todos os níveis desta Comunidade», refere Paulo Freitas. C.f: Diário do Minho - Braga, [01/07/2004 - 10:31] [Francisco de Assis e Marta Encarnação] e Anne Stoop, Palácios e Casa Senhoriais do Minho
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