BOAVENTURA GASPAR DA SILVA COSTA BARBOSA
Nasceu em Lamego em 1855 e morreu em Sintra em 1910.
Filho de um magistrado, fez os estudos secundários em Braga e frequentou depois a universidade de Coimbra, onde teve por condiscípulos e amigos António Cândido, Gonçalves Crespo, António Feijó e outros.
Passou depois ao Brasil onde se dedicou ao jornalismo especialmente em S. Paulo.
Fundou o jornal Diário Mercantil que teve grande voga no Brasil.
Debatia-se o problema da emancipação dos escravos e Boaventura da Silva Barbosa tomou posição activa na grande campanha abolicionista que terminou com o édito de libertação promulgado pela princesa D. Isabel, Regente do Império.
Internou-se nos sertões a levar a palavra do que considerava justo, e correu nessa humanitária empresa os maiores riscos, pois os interesses criados dos senhores dês escravos eram defendidos por todos os modos contra os propugnadores de ideias tão contrárias às suas conveniências.
O escritor Brasileiro Raul Pompeia foi seu companheiro nessa cruzada.
Foi assinalado à gratidão dos libertos e dos brasileiros que tinham pugnado por aquela medida, na hora do triunfo, pelo chefe do partido abolicionista de S. Paulo e por isso conservou sempre as maiores amizades entre os intelectuais brasileiros.
De regresso a Portugal foi secretário do Conservatório de Lisboa.
Publicou estudos literários sobre Camilo e variados opúsculos, entre outras obras. Foi um dos proprietários do Correio da Manhã.
Casou duas vezes: a primeira com D. Clotilde Castera de Marquois e a segunda com D. Casimira Judite de Montenegro Chaves.
O título foi-lhe concedido por D. Carlos em 1893.
[in Nobreza de Portugal e do Brasil, coordenado por Afonso Zuquete]