Luís de Braga Júnior
Nasceu no Rio Grande do Sul Brasil em 26 de Março de 1850, filho de pais portugueses e morreu no Porto a 15 de Março de 1918.
Foi ponto de teatro e depois sócio de uma empresa artística no Teatro Recreio Dramático do Rio de Janeiro.
Isolou-se como empresário, adquiriu o espolio da empresa Ester de Carvalho e, com a companhia que organizou, percorreu o Brasil de Norte a sul, ganhando largamente, sobretudo com as operetas O Periquito e D. Juanita.
Associou-se depois com Celestino da Silva em várias empresas teatrais, mas foi depois do advento da República Brasileira que, em diversos negócios de fundos e de companhias comerciais, conseguiu reunir avultados meios de fortuna.
Veio depois para Lisboa, onde fixou residência, e passou a dedicar-se a negócios de teatro, sua paixão predilecta. Com o actor Guilherme da Silveira, que conhecera no Brasil, os capitalistas, Celestino da Silva, antigo empresário no Brasil, e António Ferreira Ramos de Miranda, negociante no Rio de Janeiro, fez parte de uma empresa, que, por iniciativa do actor Guilherme da Silveira, fundou o teatro D. Amélia, depois chamado da República e hoje de S. Luís, que abriu a 22 de Maio de 1894.
Para desenvolver o teatro, passou a escriturar alguns dos maiores artistas estrangeiros que representaram em Lisboa [ ], além das melhores companhias espanholas de zarzuela, de alta comédia francesa e de ópera cómica italiana.
Em companhias portuguesas reuniu sempre os melhores artistas, com representação de obras originais ou traduzidas pelos escritores mais considerados, não esquecendo a oferta do palco do seu teatro para várias festas a favor de instituições de beneficência.
Foi no seu teatro que se realizaram as épocas mais brilhantes do moderno teatro português e alcançaram os maiores triunfos, bem como ali foram representados, nas suas obras mais notáveis, Júlio Dantas, Marcelino de Mesquita [ ], e todos os grandes nomes da dramaturgia estrangeira.
Também do antigo D. Amélia, que foi destruído por um grande incêndio e depois reconstruído em moldes de grande beleza e sumptuosidade, provem uma grande plêiade de artistas que se agruparam em torno de Amélia Rey Colaço, que neste teatro se estreou.
Casou com D. Aurora Ruffete Garcia, que nasceu em Valência Espanha, em 1873 e morreu em Lisboa em 1959.
O título foi-lhe concedido por D. Carlos em 1891.