Pessoa
Casimiro DAbreu
Biografia
Eminente poeta, cujo talento cortado em flor pela morte despiedosa prometia ser um dos mais brilhantes do seu tempo e do seu país. Nasceu na cidade da Barra de S. João da província do Rio de Janeiro, no dia 9 de Janeiro de 1837. Eram os seus pais José Joaquim Marques dAbreu, filho de Portugal e de D. Luiza Joaquina das Neves, brasileira de origem. Queria sua família que ele entrasse na vida comercial, mas Casimiro dAbreu, cujo espírito mal se podia dobrar às precárias exigências desse trabalho, que lhe esterilizava a imaginação, resistiu às intimações paternas, e em consequência disso foi mandado por sua família para Lisboa em 1853. Aí viveu quatro anos, aí o seu nome começou a ser conhecido e estimado. As poesias que publicou em vários jornais e que juntamente ao colorido ardente de uma fantasia americana uma vaga tristeza pungente, que era como que um pressentimento do seu próximo fim, cativaram a atenção dos leitores. Mas o que o tornou mais conhecido, foi a cena dramática CAMÕES E O JAU, que fez representar no teatro D. Fernando, no dia 18 de Janeiro de 1856, e que foi muito aplaudida. Não era de certo a sua melhor produção, pelo contrário, mas o facto de ele ter escolhido um assunto tão português, e tão simpático, os belos versos, que de quando em quando arrebatavam a alma do espectador, granjearam a essa cena dramática o mais lisonjeiro acolhimento. A esse tempo porém, já a doença minava o corpo do poeta, e caminhava a passos rápidos para um termo fatal. Pungentes preocupações morais vinham auxiliar ainda o trabalho devastador da enfermidade. Estava na flor da juventude, tinha vinte anos apenas, mas na sua fronte pálida e triste já uma precoce reflexão cavara a sua ruga profunda, e Casimiro dAbreu, passado o primeiro entusiasmo dos dezasseis anos, percebera que na existência há rudes deveres a cumprir, e que um deles é procurar no trabalho honesto o pão quotidiano, Resolveu pois, sabe Deus com que intima dor, abraçar a carreira comercial, e no primeiro de Janeiro de 1857, estava de volta ao Rio de Janeiro, disposto a obedecer às prescrições paternais.. Parece que o chamavam também à capital do império aspirações dum coração apaixonado. A alegria com que a sua família o recebeu não tardou a ser amargurada pelo aspecto do moço poeta, que trazia já na fonte macilenta estampado o selo da morte. A glória contudo, iluminou os seus últimos dias. As suas PRIMAVERAS escritas entre 1855 e 1858 e publicadas em 1859, foram acolhidas com entusiasmo. O poeta sobreviveu porém pouco tempo à aparição dos seus versos. Depois de longos e dolorosos padecimentos, implacável e terrível cortejo das tísicas pulmonares, Casimiro dAbreu expirou em Indayassú a 18 de Outubro de 1860. Espontaneidade, ardor muitas vezes irreflectido, expansão fervente de todos os sentimentos que lhe abrasavam a alma eis o que temos a admirar nas poesia que Abreu escrevia sobre os joelhos, quando o pungiam saudades lancinantes, quando o abrasava uma louca paixão, quando o salteava um lúgubre pressentimento. Como se receasse que a morte o viesse interromper antes do tempo, Abreu desfolhava com mão febril, as flores da sua dupla grinalda de juventude e de poesia. Essas pétalas de rosa, ainda hoje perfumadas e coloridas, são as que apareceram coligidas com o titulo de PRIMAVERAS e que tão grande e tão legitimo sucesso obtiveram em Portugal, sucesso que duplicou quando o pública soube que essas primaveras, tão abundantes de flores e de perfumes em vez de continuar nos ardores do estio terminaram nos regelos do túmulo. (Pinheiro Chagas, 1909)
Género
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Tipo de Nascimento
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Concelho
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Pai
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Mãe
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Filho(s)
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Fez parto de
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Casado(a) com
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