Pessoa
D.Francisco de Lemos
Biografia
Não é das glórias menos apreciáveis do Brasil a de ter dado ao Marquês de Pombal um tão grande número de colaboradores na obra da regeneração da monarquia portuguesa. Um dos mais importantes entre eles foi sem dúvida o eminente bispo de Coimbra, D. Francisco de Lemos, pertencente a uma família, que toda se ilustrou pelos seus talentos no serviço da pátria. Foram seus irmãos João Pereira Ramos, o célebre procurador da coroa, Ignácio Azeredo e Clemente de Lemos. Nasceu no termo da vila de Iguassú, capitania do Rio de Janeiro no dia 5 de Abril de 1735. Era filho do capitão-mor Manuel Pereira Ramos de Lemos e Faria. Estudou no Rio de Janeiro, e passou depois à universidade de Coimbra onde deu tais provas de merecimento e progrediu com tanta rapidez que aos 19 anos era lente. Desejoso de voltar ao Brasil, e tendo já ordens sacras, requereu o lugar de deão na catedral da Baía; reteve-o o marquês de Pombal, que o tinha em muita conta e, para lhe curar a nostalgia, concedeu-lhe mais altas dignidades, e nomeou-o aos 27 anos sucessor do bispo de Coimbra. Reservava-lhe altos destinos. Foi ele efectivamente o deu principal colaborador numa das obras mais importantes do seu governo, a reforma da universidade. Nomeado bispo de Coimbra e reitor do grande estabelecimento científico, que pautara põe novos modelos, foi fiel ao seu grande protector e, quando este se demitiu do ministério, demitiu-se ele também da reitoria, que só tornou a exercer muitos anos depois, quase no fim do século, para ceder às instancias do príncipe regente D. João. Já quase octogenário, foi D. Francisco de Lemos a Baiona, como membro de uma deputação que ia desempenhar junto de Napoleão um papel humilhante, e pouco patriótico talvez. Só em 1810 regressou à pátria, e, como se sentisse mal visto pelos seus conterrâneos, requereu julgamento, foi absolvido e entrou triunfante na sua diocese. Ainda o esperava uma última honra. Nas primeiras eleições de deputados, que em Portugal se fizeram, foi eleito pelo Rio de Janeiro. A velhice e as enfermidades não lhe deixaram aceitar o diploma. Morreu com pouco mais de 87 anos, a 22 de Abril de 1822. Espírito esclarecido e liberal, imbuíra-se do espírito reformador do Marquês de Pombal, e demoliu esse baluarte do fanatismo e da rotina que se chamava universidade, onde se consumia o tempo dos alunos em estudos tão frívolos como pedantes, para levantar sob as suas ruínas um estabelecimento à altura do seu tempo, aberto de par em par a todas as inovações e a todas as conquistas da ciência. Eis o grande serviço que D. Francisco prestou ao ilustre ministro que lhe concedera a sua confiança. O seu papel na deputação humilhante enviada a Napoleão não foi tão profundamente desairoso como o dos seus companheiros. Padre, corria-lhe o dever de ser conciliador. Aos outros é que competia a resistência.
Género
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