Pessoa
Diogo António Feijó
Biografia
Nasceu em S. Paulo em Agosto de 1784, e, depois de ter seguido os estudos eclesiásticos, tomou ordens de presbítero em 1807, dedicando-se em seguida à educação da mocidade em Paraíba, em Campinas e em Itú. Homem essencialmente virtuoso, de vida austera e de costumes simples, conciliou a estima de todos os que o conheceram, e adquiriu a reputação de sacerdote exemplar, e homem de antes quebrar que torcer. O respeito e o afecto dos seus conterrâneos naturalmente o indigitaram em 1820 para ser um dos deputados eleitos pela província de S. Paulo que tomaram assento nas cortes portuguesas a 11 de Fevereiro de 1822. A 25 de Abril proferiu nessas cortes um discurso notável defendendo os direitos do Brasil. Quando as cortes inabilmente alienaram a simpatia dos deputados brasileiros e os expulsaram pela atitude agressiva que tomaram para com eles e que inspiraram ao povo, foi Diogo António Feijó um dos cinco que furtivamente saíram de Lisboa para Falmouth, e que aí lavraram um protesto contra o procedimento da assembleia nacional portuguesa. Logo em seguida Feijó partiu para o Brasil e recolheu-se modestamente a Itú. Quando em 1824 o príncipe D. Pedro propôs à aprovação das câmaras municipais do Brasil a constituição que queria dar ao novo império, Feijó fez emendas que a câmara de Itú apresentou, e que eram todas em sentido avançado. Eleito deputado por S. Paulo, nas duas primeiras legislaturas do império, sentou-se nos bancos da oposição, e propôs a abolição do celibato eclesiástico, e a reforma das municipalidades. Depois da abdicação de D. Pedro I, a câmara chamou-o a ocupar-se da pasta da justiça, nesse momento a mais importante do império. Feijó aceitou e em pouco tempo restabeleceu a ordem, a disciplina das tropas, o império das leis. Nunca se desmentiram a sua energia e a sua pronta resolução. Saiu do poder a 26 de Julho de 1831. Foi eleito senador logo em seguida, e chamado em Outubro de 1835 a exercer a regência do império, durante a menoridade do imperador D. Pedro II. Dias antes rejeitara o bispado de Mariana que lhe ofereciam. Como regente cometeu talvez erros políticos graves, não soube manter a alta imparcialidade que lhe cumpria, e, vendo guerreados tenazmente os seus ministérios pelo partido conservador, capitaneado por Bernardo Pereira de Vasconcelos, não quis transigir com ele, e desgostoso também pela revolta que rebentara nas províncias do sul, abandonou a regência em 1837 e retirou-se para S. Paulo. Os últimos anos da sua vida não são compreensíveis facilmente. Parece que houve uma perturbação na sua altíssima inteligência. Começou por declarar que retratava e desdizia as suas opiniões contrárias ao celibato eclesiástico, ele o homem de rija tempera e de austeros princípios; depois, sabendo que rebentara um movimento revolucionário em Soracaba, largou tudo para se ir pôr à frente desse movimento, apesar de se achar enfermo, ele que viera contudo para S. Paulo para se conservar afastado das lutas politicas do seu país. Preso imediatamente foi conduzido à capital do império, e daí para a cidade de Vitória, na província do Espírito Santo, onde esteve até que em Dezembro de 1842 lhe foi permitido ir tomar assento no senado, promovendo-se-lhe processo como chefe de rebelião, motivando isso uma exposição franca, feita por ele, do seu procedimento politico. Morreu a 10 de Novembro de 1843. Austero e virtuoso como homem particular, politico liberal enérgico, duma intransigência que ultrapassava todos os limites, Diogo António Feijó foi, ainda assim, um dos homens mais notáveis do Brasil independente. (Pinheiro Chagas, 1909)
Género
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Tipo de Nascimento
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Concelho
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Pai
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Mãe
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Filho(s)
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Criador da imagem
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Fez parto de
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Casado(a) com
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