Na freguesia do Inficionado, a quatro léguas da cidade de Mariana no Brasil, nasceu em 1736 o célebre autor do Caramurú.
Veio a Coimbra doutorar-se em teologia, e em 1758 professou na ordem dos eremitas de Santo Agostinho.
Em 1762 saiu de Portugal para viajar.
Rebentando a guerra entre Portugal e Espanha, quando Santa Rita Durão estava na Andaluzia, foi tomado por espia e preso na castelo de Segóvia, donde saiu ao assinar-se a paz em 1763, prosseguindo então a sua viagem para a Itália. Regressou a Portugal em 1771, foi reger uma cadeira de teologia em Coimbra, e depois veio para Lisboa, onde morreu em 1783, contando apenas 46 anos de idade.
O Caramarú, seu principal título de glória, um dos mais belos poemas épicos da literatura portuguesa que tantos conta, tem por assunto a história semi-lendária de Diogo Alvares, que, graças, graças à detonação de uma espingarda, alcançou imenso prestígio sob os selvagens da Baía.
Ainda que fr. José de santa Rita Durão cometeu o erro de, vulgar no seu tempo, de pautar pelas velhas formulas um poema de sua natureza pitoresco, o livro contudo encerra, encantadoras descrições, grandes belezas de estilo, e principalmente grandiosos episódios, como por exemplo o da estátua da ilha do Corvo.
Fr. José de Santa Rita Durão foi também um notável orador, e o discurso de sapientia proferido por ele quando a universidade se abriu depois de reformada pelo Marquês de Pombal, é considerado como um dos mais belos que ali se tem pronunciado.