Este distinto general nasceu em 28 de Abril de 1788, assentou praça no regimento de artilharia em 1807, subindo tão rapidamente pelo seu merecimento na escala da promoção militar que em 1818 era capitai de engenheiros, em 1821 major e em 1823 tenente-coronel.
Tendo em 1817 servido nas tropas que debelaram a insurreição de Pernambuco, foi em 1818 nomeado lente substituto da academia militar, em 1819 andou com o general Stockler estudando um sistema de fortificações para o Rio de Janeiro, e em 1821 foi encarregado de reformar os estudos da escola militar da ilha Terceira.
Veio em comissão a Lisboa, e foi em seguida incumbido de ir a França noutra comissão fazer estudos práticos de engenharia hidráulica.
Estava em França quando lhe chegou a notícia da revolução do Brasil. O seu patriotismo não o deixou permanecer no estrangeiro, e veio oferecer os seus serviços ao governo que proclamara a independência brasileira. Aceitaram-lhos com todo o prazer, e Santos Barreto foi logo nomeado em 1824 secretário do conselho militar do imperador.
Em 1831 formou-se um batalhão de oficiais no Rio de Janeiro e João Paulo dos Santos Barreto, que já então era coronel, recebeu o comendo deste batalhão sagrado.
Em 1835 foi por pouco tempo ministro da guerra , em 1840 foi nomeado comandante em chefe do exército do Rio Grande do Sul, cabendo-lhe o encargo de domar a insurreição republicana, que lavrava nesta província.
Não conseguiu subjugá-la mas destroçou umas poucas vezes os rebeldes, indo em seguida governar a província de Minas Gerais, donde saiu para tomar assento na câmara dos deputados, sendo chamado em 1846 a tomar conta da pasta da guerra. Foi outra vez ministro da guerra em 1848, exerceu importantes comissões militares, e morreu marechal do exército no dia 1 de Novembro de 1864 com 76 anos de idade.
(Pinheiro Chagas, 1909)