Pessoa
João Pereira de Caldas
Biografia
(1632-1702) Governador da Capitania da Moucha, no último quartel do séc. XVII João Pereira de Caldas, irmão do Doutor Governador da Vila de Monção, casou com Dona Mariana Catarina Lanções Azevedo, filha de Manuel Salgado de Azevedo. Foi governador da vila de Caminha (1687) e Coronel e Governador na Moucha, nos Estados do Pará, no Brasil. Há notícia de que em 1706 já havia morrido. Descendentes: António; Francisco, em 1684; Maria ou Mariana, em 1686; Gonçalo, em 1688; Conceição, em 1689; Manuel, em 1694; João Ventura, em 1698 e Luís em 1700. Quatro deste filhos - António, Gonçalo, João Ventura e Manuel - requereram Ordens Menores. Destes, porém, só o João Ventura haveria de ser padre, tendo falecido com 31 anos, na Casa de Sende, sendo sepultado na Capela dos Milagres. Francisco teve como padrinhos Francisco da Cunha da Silva, Governador da Vila de Monção e Dona Ana Ventura de Castro, religiosa do Convento de S. Bento de Monção. Dona Conceição teve como padrinhos o Morgado do Sopegal Mateus Pereira de Castro e Dona Maria Josefa, filha do Governador da Vila de Monção. Manuel teve como madrinha Isabel de Santiago, religiosa do Convento de São Francisco, de Monção. (Ernesto Português. CASA DE SENDE - São Salvador de Cambeses. Memória e identidade de um povo. Monção 2002. pp. 173-180). João Pereira de Caldas (1632-1702) que foi governador da Capitania da Moucha (actual Piauí) por volta de 1680.?--------------------------?- João Pereira Caldas (1724-1794). Serviu no Pará como Sargento-Mor, no governo de Furtado Mendonça (irmão do Marquês de Pombal) a quem acompanhou por todo o Estado do Pará. ?Passou a governador da Capitania do Piauí (1759-1769), com o posto de Coronel, onde deixou uma obra considerável e reconhecida. ?Daí passou a Governador do Pará (1770-1779) com a patente de Capitão-General, onde fundou uma casa da ópera, deu seguimento à povoação de Nova Mazagão, que transformou em vila, criou uma Guarda de Cavalaria e mais um sem número de coisas. ?Deixou o governo do Pará e passou a governador das capitanias de Rio Negro, Mato Grosso e Cuiabá, foi Ministro Plenipotenciário à 4.ª Divisão das reais demarcações. Há obras literárias que lhe foram dedicadas. Mandou construir canoas artilheiras e outras. Mandou construir um forte. Deixou descrições interessantíssimas em cartas enviadas para Sende. Foi o principal promotor da Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira. ?Regressou a Lisboa em 1789 e foi um dos elementos do Conselho Ultramarino. Foi promovido a Marechal de Campo e agraciado por D. Maria II com o grau de Capa e Espada.? JOÃO PEREIRA DE CALDAS (1632-1702) Governador da Capitania da Moucha, no último quartel do séc. XVII As mais recentes pesquisas sobre o espólio documental da Casa e Quinta de Sende (localizada na freguesia de Cambeses, concelho de Monção) permitiram-me elaborar algumas notas biográficas sobre este homem notável que consagrou a sua vida à administração pública na capitania da Moucha (actual estado do Piauí, no Brasil) e, posteriormente, na governação da Vila de Caminha (Portugal). Os estudos preliminares sobre esta matéria foram apresentados numa conferência por mim proferida, na Casa-Museu de Monção/Universidade do Minho, no dia 26 de Maio de 2006, subordinada ao título: João Pereira Caldas (1724-1794 Capitão-General e Governador do Grão Pará Uma das figuras mais ilustres da Casa e Quinta de Sende. João Pereira de Caldas foi o primeiro de uma série de três grandes governadores saídos da Casa e Quinta de Sende que se notabilizaram em terras de Vera Cruz, nos séculos XVII e XVIII. Está documentada a sua acção como governador da Capitania da Moucha, no último quartel do séc. XVII, ao tempo subordinada à Capitania do Maranhão. Todavia, são escassos os dados relativos à sua acção governativa. João Pereira de Caldas nasceu em Monção, a 31 de Agosto de 1632, e era filho do nobre casal Roiz de Caldas e Grimaneza Pereira de Araújo. O casamento de João Pereira de Caldas, viúvo, com Dona Mariana Catarina de Lançóis e Azevedo, da Casa e Quinta de Sende, ocorreu aos 5 dias do mês de Fevereiro de 1681, como se lê no respectivo assento de casamento: «se receberam D. Mariana de Azevedo prezente per João Pereira de Caldas, com procuração sua seu Irmão o dito Gaspar Pereira Lobato da Vila de Monção ( ) foram testemunhas Francisco da Cunha, Governador de Monção ( )». Desconhecemos, neste momento, o período de tempo que esteve à frente da Capitania da Moucha mas a sua governação manteve-se até cerca de 1682, data do casamento, acto em que, devido à sua ausência, foi representado por seu irmão Gaspar, como procurador. Todavia, deve ter regressado a Portugal logo depois, já que o primeiro filho nasce em finais de 1683 e em 1689 já ele era Governador da Vila de Caminha, como expressamente se diz, em assentos de baptismo da paróquia de Cambeses. No Inventário de partilha dos bens do casal, datado de 1751, que teve lugar após o falecimento de sua esposa, diz-se que era «Fidalgo da Casa de Sua Magestade, Cavaleiro professo na Hordem de Christo, Tinente e Mestre de Campo general, Governador da Prassa de Caminha com Mercê de Mestre e governador da Prassa de Monçam, falesido em vinte de Nobembro de 1702». O referido Inventário refere, também, que a sua mulher, Dona Mariana Catarina de Lançóis e Azevedo, faleceu no dia 1 de Janeiro de 1751 e que ambos estão «em huma sepultura de sua caza sita na igreja de Santa Maria dos Anjos desta dita Villa de Monção». Do Brasil trouxe consigo, como refiro na Monografia de Cambeses,[1] alguns casais de pretos ou escravos. Os descendentes desses casais depressa entraram num processo de miscigenação e deixaram descendência na já referida freguesia de Cambeses, como se comprova pelos diferentes registos de baptismo, casamento e óbito, ocorridos ao longo do séc. XVIII. João Pereira de Caldas teve, deste segundo matrimónio, sete filhos e todos eles exerceram cargos importantes na administração pública ou em instituições da Igreja. O auto de Inventário, promovido pelo filho-terceiro e cabeça-de-casal Gonçalo Pereira Lobato e Souza, em 20 de Janeiro de 1751, fornece um conjunto significativo de informações sobre a família, não só no aspecto económico mas também no aspecto social de cada um dos seus elementos constitutivos. Dos sete irmãos habilitados como herdeiros, cinco seguiram a vida religiosa e detiveram cargos importantes nas suas instituições. A esta linhagem bem pode, portanto, aplicar-se o epíteto de ínclita geração. Vejamos, por ordem cronológica, tal como se encontra no referido Inventário de 1751, o rol dos herdeiros e alguns dados biográficos que dele constam: António Pereira Caldas, Fidalgo da Casa de Sua Majestade, falecido em 24 de Julho de 1744. (n. 1682). Dona Maria Suzana de Castro, Religiosa no Convento do Salvador de Braga e fundadora do Convento de Nossa Senhora da Penha na dita cidade com tença efectiva em cada ano de vinte e cinco mil reis, de idade de sessenta e cinco anos. (n. 1686) Gonçalo Pereira Lobato e Souza, Fidalgo da Casa de Sua Majestade, Cavaleiro professo na Ordem de Cristo, familiar do Santo Ofício, Mestre de Campo de Infantaria Auxiliar nos Exércitos de Sua Majestade. (n. 1688) Dona Francisca de Lançóis e Azevedo, religiosa no Mosteiro de Arouca, falecida em 25 de Novembro de 1749. (n. 1691) Frei Manuel Salgado de Azevedo, Fidalgo da Casa de Sua Majestade, Religioso carmelita calçado, faleceu no seu Convento de Colares, em Agosto de 1742. (Foi baptizado em 30 de Outubro de 1694). Reverendo João Ventura Pereira Caldas, Capelão Fidalgo da Casa de Sua Majestade, faleceu em 17 de Fevereiro de 1739. (n. 1698) Frei Luís Pereira Bacelar, Fidalgo da Casa de Sua Majestade, Religioso da Ordem de S. Bernardo e, nesse ano de 1751, era Dom Abade no Convento do Desterro. (Nasceu no dia 25 de Agosto de 1700). Claro que o citado Inventário não refere a existência de mais dois filhos do casal que devem ter falecido em tenra idade: Francisco (n. 1684), que se situa entre o primeiro e o 3.º da linhagem; e Conceição (n. 1689) que se seguiria ao Gonçalo, o promotor do Inventário. * Para além de Frei Luís Pereira Bacelar e da Madre Maria Suzana que se evidenciaram dentro da vida religiosa pela função que cada um exerceu, um outro irmão se notabilizou, em data posterior, ao serviço do Reino em terras do Brasil. Estamos a referir-nos a Gonçalo Pereira Lobato e Sousa, o herdeiro do Morgado de S. Martinho de Sende. Para além de todas as honrarias acima referidas, ele foi Brigadeiro e Governador do Maranhão, de 1753 a 1761, onde desenvolveu uma importante acção. (ver biografia) Ernesto Português [1] Ernesto Português: São Salvador de Cambeses. Memória e identidade de um povo, Monção: Câmara Municipal de Monção/Junta de Freguesia de Cambeses, 2002, p. 164.
Género
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Tipo de Nascimento
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Concelho
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Pai
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Mãe
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Filho(s)
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Eventos de Vida
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Criador da imagem
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Fez parto de
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Casado(a) com
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