Biografia
Joaquim José Ferreira de Faro
Biografia
Joaquim José Pereira de Faro, nascido em Braga, Portugal, comerciante de escravos, grande Negociante, estabelecido na rua dos Pescadores, diretor da Companhia de seguros Previdente, foi da Junta Administrativa da Caixa de Amortização e coronel do 1º Regimento de Infantaria da 2ª Linha do Exército. Fidalgo e Cavalheiro da Casa Imperial, Cavalheiro da Ordem de Cristo, Comendador da Imperial Ordem de Cristo. Em 1841, recebeu o título de barão do Rio Bonito.24 24 - Associação Comercial do Rio de Janeiro. Os Assinantes da Praça, 1834-1984. Ob. cit., p. 17; Emília Viotti da Costa. Introdução ao Estudo da Emancipação Política do Brasil. Ob. cit., p. 120; Geraldo de Beauclair Mendes de Oliveira. A Construção Inacabada..., ob. cit., p. 81; Riva Gorenstein. Comércio e Política: O enraizamento de interesses mercantis portugueses no Rio de Janeiro (1808-1830). Ob. cit., p.196. Théo Lobarinhas Piñeiro UFF JOAQUIM JOSÉ PEREIRA DE FARO [Pais] nasceu em 7 março 1768 em Braga - Portugal. Ele faleceu em 10 fevereiro 1843 em Rio de Janeiro - RJ. JOAQUIM JOSÉ PEREIRA DE FARO casou-se com ANNA RITA FERREIRA DE FARO. Primeiro Barão do Rio Bonito, Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial e Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo, Cavaleiro da Imperial Ordem do Cruzeiro, Coronel de Infantaria Reformado, membro da Junta Governativa da Caixa de Amortização e negociante matriculado. ?Justificou sua nobreza, sendo-lhe confirmado o uso do brasão de armas de seus antepassados, por carta de 14 de maio de 1841 O registro dos foros pagos à Fazenda Nacional revela que em 1850 a Chácara da Cabeça havia sido desmembrada em pelo menos três chácaras menores, numeradas como 7, 7 A e 7 B, sendo que a principal delas havia sido vendida a José Fernandes de Castro18. A partir daí iniciou-se um processo de sucessivas subdivisões das propriedades da região, que daria origem ao atual bairro do Jardim Botânico e seus logradouros. No mesmo ano de 1850, a chácara 7A foi vendida a Luís Pereira Ferreira Faro, de destacada família do Império, que por sucessivas aquisições viria a se transformar em proprietário de muitos dos terrenos da vizinhança. Pedro Gomes de Alcântara, herdeiro do velho cura Manuel Gomes, manteve para si a chácara 7B. A servidão que dava acesso às chácaras originou a atual Rua Faro.19 O antigo caminho que levava à chácara da Cabeça, indicado nos mapas anteriores, corresponde à Rua Benjamim Batista. A partir de 1871, os primeiros bondes de tração animal da Companhia de Carris do Jardim Botânico passaram a ligar o bairro ao centro da cidade, promovendo intensa valorização imobiliária20. Nessa altura, a família Faro já havia adquirido inúmeras propriedades na futura Rua Faro, na Rua do Jardim Botânico, na Rua da Floresta (atual Pacheco Leão) e na Estrada Dona Castorina. Foram eles os grandes beneficiários do intenso parcelamento do solo que se seguiu. O patriarca da família fora Joaquim José Ferreira de Faro, português natural de Braga, comerciante e plantador de café na província fluminense. O apoio que deu a Pedro de Alcântara nos dias tumultuados da independência foi seu passaporte para a elite política e militar do novo Império. Seu filho legítimo, João Pereira Darrigue Faro (1803-1856), serviu como oficial da Guarda Nacional, veador (administrador) da Imperatriz, depois membro do Senado da Câmara e da Assembléia Provincial, vice-presidente do Banco do Brasil e vice-presidente da província do Rio de Janeiro. Por três gerações, a começar por ele, os varões da 18 Pesquisa de Carlos Eduardo Barata. 19 Pesquisa de Carlos Eduardo Barata. C O L E Ç Ã O E S T U D O S D A C I D A D E / A G O . 2 0 0 4 10 20 Noronha Santos. Meios de Transporte no Rio de Janeiro. Typografia do Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, 1934. família ostentaram o título de Barão do Rio Bonito. Sua principal fazenda de café está na raiz do distrito de Ipiabas, na região de Barra do Piraí 21. A chácara da Cabeça foi adquirida em 1850, como já vimos, pelo segundo Barão do Rio Bonito, Luís Pereira Ferreira Faro, filho de João Pereira Daguirre Faro. Foi ele quem reformou o antigo casarão retratado por Debret em 1825 e o transformou no magnífico sobrado que, um pouco descaracterizado, domina a chácara até os dias atuais. Em 1877, segundo o registro fundiário, a chácara pertencia a Luis Pereira Ferreira Faro filho e homônimo do proprietário original, nascido em 1856 e batizado na capela de Nossa Senhora da Cabeça em abril de 1857. Estudou medicina na Universidade de Pisa, na Itália, retornando para estabelecer clínica no Rio de Janeiro. Casou-se com Isabel Tosta da Silva Nunes, razão pela qual a chácara da Cabeça também já foi designada como Chácara do Tosta 22. O primo de Luís, José Pereira de Faro, assumiu a administração das fazendas de café e, com elas, o título de terceiro Barão do Rio Bonito. 23 Em 1879, no auge do poder da família Faro, a chácara foi retratada pelo pintor italiano Nicolau Antonio Facchinetti, em uma magnífica paisagem da Lagoa onde a capelinha aparece em primeiro plano24. A imagem revela que nessa época já não existia a torre sineira retratada por Clarac em 1816, e também que ainda não tinha sido assentado o pavimento em pedra talhada defronte à capela. 21 Macedo, Joaquim Manuel de Brazilian Biographical Annual, vol. II, p. 299. Typographia e Litographia do Imperial Instituto Artístico, Rio de Janeiro, 1876. 22 Pesquisa de Carlos Eduardo Barata. A designação de chácara do Tosta está registrada no título do óleo de Facchinetti. 23 Lery Santos, Prezelindo Pantheon Fluminense. Typographia Leuzinger, Rio de Janeiro, 1880. C O L E Ç Ã O E S T U D O S D A C I D A D E / A G O . 2 0 0 4 11 24 Facchinetti, Nicolau Antonio. Lagoa Rodrigo de Freitas e a Capelinha da Chácara do Tosta. Óleo sobre madeira, 13x23cm, datado de 1879.
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