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Benjamim Constant Botelho de Magalhães
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Foi verdadeiramente o fundador da república brasileira. Tendo nascido em Niterói a 18 de Outubro de 1837, filho de pais de poucos meios, mostrou-se um estudante distintíssimo no curso militar que seguiu, e logo depois de o ter concluído se consagrou ao professorado livre, sendo depois chamado a reger por concurso uma das cadeiras da escola militar. Além de ser um homem de ciência estimado por todos e por todos apreciado. Benjamim Constant era homem de ideias politicas definidas e assentes, o que é sempre um alto predicado, seja qual for o partido em que um homem se filie. As suas simpatias voltaram-se sempre, desde a sua mocidade, para as ideias republicanas, e delas foi um devotado e ardente protagonista. Os seus discípulos, inclinados naturalmente para o amor das ideias que se consideram mais avançadas, tinham pelo seu professor não só o respeito que o homem de ciência lhes merecia, mas a dedicação que lhe inspirava a comunidade da sua orientação politica. Quando a situação se começou a mostrar perigosa para o império, Benjamim Constant redobrou de ardor na propaganda, e a escola militar foi, pode dizer-se, um dos focos da grande conspiração. No momento da luta, Benjamim Constant, que era tenente-coronel de artilharia, mas que sempre foi principalmente professor, não hesitou diante da possibilidade de uma luta; foi ele que incitou o general Deodoro a tomar a direcção do movimento, foi ele que se mostrou mais ardente na acção, como fora mais constante na propaganda. Quando o governo provisório se organizou, entrou nele como era natural, gerindo a pasta da guerra. Não era essa contudo a que mais lhe agradava, e por isso trocou pela da instrução pública, quando o chefe do governo provisório a criou. Acabava de elaborar uma reforma de instrução pública no Brasil, quando morreu quase subitamente no dia 22 de Janeiro de 1891, antes de ter sido votada a constituição; a sua morte foi sentidíssima; cobriu-se de luto o Brasil, e efectivamente deviam todos os republicanos brasileiros prestar a mais levantada homenagem a esse homem, que fora o mais perseverante, o mais desinteressado e o mais ardente apóstolo duma causa que ele reputava sagrada. (Pinheiro Chagas, 1909)